O público em peso assistindo a abertura do Festival.
A história vai registrar a abertura assim: um humilde vendedor de doces fez uma performance mostrando as possibilidades da arte, o Marco Nanini lembrou a última vez que veio na cidade, a música e a mascote foram revelados, o espetáculo dos Irmãos Brothers foi fenomenal e a praça estava cheia. Estes personagens são importantes, é claro, afinal são os elementos do cerimonial.
Mas os grandes personagens mesmo eram anônimos. Caminhando entre o público era fácil identificar gente de todo tipo. A moça da batata frita de costas para seu empreendimento, tentando acompanhar o que acontecia. O senhor da varrição gargalhando com os palhaços. O gerente da Petrobras que queria ter sentado de frente, no meio das crianças, pra ver melhor a cena da mulher que vira peixe. O rapaz do outro lado da praça, vendendo pastel, se esticando todo para ver o que estava acontecendo no meio daquele povo.
E o silêncio? Sim! Ele esteve presente! Como o Nanini disse, nosso povo sabe consumir teatro. E o silêncio na praça mais movimentada da cidade comprovou isso. Entre um ato e outro do espetáculo, olhos arregalados acompanhavam os palhaços atentamente, aguardando a evolução seguinte.
A abertura do Festival resgatou um monte de lembranças de outras edições.
Em anos anteriores o EncontrArte circulou por outras praças e em outras cidades. “Dá uma emoção danada entrar na exposição”. Palavras da Claudina, que abre um sorriso enorme lembrando da história do Festival. Acervo. “Treze anos não são treze dias, máximo respeito”, o Marcão repetia, com seu jeitão rapper.
Havia também o pequeno João. Um menino de 8, 10 anos morador de Belford Roxo. Seu pai trabalha com teatro, mas ainda não tinha visto a programação deste ano. Caminhavam os dois, por acaso, voltando do médico. Tadinho do João, estava com o braço machucado 🙁 Mesmo acostumado com o trabalho do pai, insistia em ficar para ver o espetaculo. E João gargalhava. Se acabava com os palhaços. Ainda o veremos outras vezes neste festival.
Não dá para a mascote passar em branco, que passou vários momentos hilários. Logo que chegou na praça, uma mãe com um bebê veio em sua direção. Rapidamente a expectativa dos adultos sobre a reação do bebê tomou conta, e como alguns já esperaram, o bebê tentou correr. A mascote dizia “amiguinho, eu sou legal! Gostei de você, cara! Toca aqui”. E no colo da mãe, o pequerruxo ganhava confiança. “O que será esse negócio com a cabeça tão grande?”, ele deve ter pensado. No fim das contas, apertou a mão da mascote e saiu rindo.
Todos saímos rindo, felizes da vida!