A arte é de cada um ou à arte é pública? O teatro de rua também é teatro? O público pode interferir
na atuação ou deve ser um mero espectador? Todas essas questões foram debatidas por Licko
Turle, doutor em Artes Cênicas e autor do livro Teatro de Rua no Brasil, por José Sisneiros, diretor do
Sindicato dos Artistas e Técnicos do Estado (Sated/RJ), Flávio Sanctun, do Centro do Teatro do
Oprimido (CTO) e por André Alves, do grupo Será o Benedito e ator na peça Poropopó. Numa roda, o
público pôde participar ativamente da discussão. Para Licko Turle, a Baixada é uma região de
grandes possibilidades. “ Aqui é possível fazer o diferente, não se repetir o mesmo de outros
lugares. E para a arte ser pública é fundamental haver cidade e cidadania”, salientou.
Representante do CTO, Flávio Sanctun explicou que na técnica criada por Augusto Boal, o ser
humano é artista desde que nasce e, com o tempo, vai esquecendo sua sensibilidade. Santun
defende que a população ocupe todos os espaços, inclusive lugares como o SESC Nova Iguaçu. “
Precisamos criar um outro significado para a arte. Quem faz o mercado somos nós.
E só nós podemos mudar o teatro, a política e a vida”, pregou. Ao redor, sentadas nas cadeiras,
podia-se perceber a concordância de artistas, produtores culturais e pessoas interessadas pelo
tema que acompanharam as argumentações.